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toxicidade cardíaca

 

O risco cardiovascular (CV) do ibuprofeno está mais uma vez associado a terapêuticas de longa duração (meses), enquanto que as terapêuticas de curta duração e de baixas dosagens não parecem acarretar riscos(1).

Como inibidor da COX-1, seria de esperar que o ibuprofeno tivesse um efeito inibitório da agregação plaquetária, tal como a aspirina, embora não tenha sido observado nenhum efeito significativo no caso do ibuprofeno(2). Pensa-se que a baixa toxicidade cardiovascular esteja relacionada com alterações no sistema imune e respostas reguladas pelas células T, cuja função é estimular o efeito pró-inflamatório. O excesso de produção de citoquinas pró-inflamatórias levará à formação de placas de ateroma, instabilidade dessas placas e subsequente formação de oclusões coronárias levando eventualmente a enfarte de miocárdio (EM) (1). Estes eventos encontram-se maioritariamente reportados aquando da administração de doses superiores a 2400mg. Existem vários fatores de risco, nomeadamente alguns dos já abordados na secção da toxicidade gastrointestinalDoenças e processos que conduzem ao aumento das citoquinas pró-inflamatórias, como a artrite reumatóide, são exemplos de fatores de risco. Abaixo estão listados outros fatores de risco(1).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São três os eventos CV com maior risco associado:

 

  • Condições graves CV como o EM e a insuficiência cardíaca congestiva.

 

  • Efeitos na Pressão Arterial. Em indivíduos hipertensos este fato poderá aumentar ainda mais o risco para o desenvolvimento de acidente vascular cerebral (AVC) e EM.  Neste grupo de indivíduos, a situação torna-se especialmente complicada uma vez que os AINEs em geral reduzem a efetividade de fármacos anti-hipertensores e diuréticos como consequência das suas ações nas prostaglandinas. Ligados aos problemas que advêm do aumento da pressão arterial, encontramos também efeitos a nível da função renal, que podem contribuir para um aumento da hipertensão como consequência da inibição renal da produção de prostaglandinas. Este fenómeno é chamado de síndrome “cardio-renal”.

 

  • Possibilidade do ibuprofeno reduzir o efeito anti-plaquetário da aspirina e reduzir a eficácia do efeito anti-trombótico(3). O ibuprofeno poderá competir pela COX-1 e interferir com a atividade protetora da aspirina, daí ser recomendado que as tomas de ibuprofeno e aspirina sejam separadas(1).

 

 

 

 

(1)Rainsford, K. D. (2013). Ibuprofen: from invention to an OTC therapeutic mainstay. International Journal of Clinical Practice, 67(s178), 9-20.

(2)Hernández‐Díaz, S., Varas‐Lorenzo, C., & García Rodríguez, L. A. (2006). Non‐steroidal antiinflammatory drugs and the risk of acute myocardial infarction. Basic & clinical pharmacology & toxicology, 98(3), 266-274.

(3)Rainsford, K. D. (2009). Ibuprofen: pharmacology, efficacy and safety.Inflammopharmacology, 17(6), 275-342.

 

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